domingo, 23 de janeiro de 2011

POESIAS


Pedaços de mim

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

Martha Medeiros






Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Vinícius de Moraes



Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Blog de reileaoson :ReiLeaoSon, coisinhas7
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
Blog de reileaoson :ReiLeaoSon, coisinhas7
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Blog de reileaoson :ReiLeaoSon, coisinhas7
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Blog de reileaoson :ReiLeaoSon, coisinhas7
Carlos Drummond de Andrade




Gosto dos venenos mais lentos,
das bebidas mais amargas,
das drogas mais poderosas,
das idéias mais insanas,
dos pensamentos mais complexos,
dos sentimentos mais fortes…
tenho um apetite voraz e os
delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de
um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas,
por que eu não espero acertar sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim,
por que vou seguir meu coração.
Não me façam ser quem não sou.
Não me convidem a ser igual,
por que sinceramente sou diferente.
Não sei amar pela metade.
Não sei viver de mentira.
Não sei voar de pés no chão.
Sou sempre eu mesma,
mas com certeza não serei
a mesma pra sempre

Clarice Lispector




Soneto da fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa (me) dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes



Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade



Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.

Vinícius de Moraes



"Apaixona-te por alguém..
Que te ame!
Que te compreenda
mesmo na loucura!
Apaixona-te por alguém...
Que te ajude!
Que seja.
Teu apoio!
Tua esperança!
Teu tudo!
Apaixona-te por alguém.
Que não te traia!
Que seja fiel
Que sonhe contigo!
Apaixona-te por alguém...
Que só pense
Em ti!
Em teu rosto!
Em tua delicadeza!
Em teu espírito!
Apaixona-te por alguém
Que sofra contigo!
Que ria junto a ti...
Que seque tuas lágrimas.
Apaixona-te por alguém
Que se alegre com tuas alegrias.
Que te dê forças depois de um fracasso.
Apaixona-te por alguém
Que volte a teu lado
Depois das brigas...
Depois dos desencontros.
Apaixona-te por alguém
Que caminhe contigo
Que seja bom companheiro!
Que respeite,
Tuas fantasias..
Tuas ilusões.
Apaixona-te por alguém que te ame
Não te apaixones pelo amor!
Apaixona-te por alguém
Que esteja apaixonado por ti!"


As circunstâncias entre as quais você vive determinam sua reputação.
A verdade em que você acredita determina seu caráter.
A reputação é o que acham que você é.
O caráter é o que você realmente é...
A reputação é o que você tem quando chega a uma comunidade nova.
O caráter é o que você tem quando vai embora...
A reputação é feita em um momento.
O caráter é construído em uma vida inteira...
A reputação torna você rico ou pobre.
O caráter torna você feliz ou infeliz...
A reputação é o que os homens dizem de você junto à sua sepultura.
O caráter é o que os anjos dizem de você diante de Deus.

Arnaldo Jabor



"Não me dêem fórmulas certas
porque eu não espero acertar sempre
Não me mostrem o que esperam de mim
porque vou seguir meu coração
Não me façam ser quem não sou
Não me convidem a ser igual
porque sinceramente sou diferente
Não sei amar pela metade
Não sei viver de mentira
Não sei voar de pés no chão
Sou sempre eu mesma
mas com certeza
não serei a mesma pra sempre”.

Clarice Lispector




" Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas,
que já tem a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos" .
Fernando Pessoa


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